Imagem para simples ilustração.
Reproduzida do blog: loucura-por-leituras.blogspot.com.br
Publicada: 24/08/2010 no Jornal da Cidade.
Biblioteca, o coração da escola.
Por Hunald de Alencar*
Vários teóricos discutem, há décadas, os critérios da
Avaliação, mas uma coisa é certa: não adianta haver notas altas na caderneta, e
não existirem habilidades, e, podemos dizer que a Leitura é a mais abrangente.
Quando falamos que a Biblioteca é o coração da Escola,
estamos a ratificar porque no uso correto do seu acervo, fazem-se aplicações
pedagógicas a permitirem que surja o Leitor cidadão. Não se pense em Biblioteca
como local de castigo, da mesma forma que não se manda para as quadras
esportivas o aluno “indisciplinado”; muito menos como uma sala “arrumadinha”
para impressionar visitantes. Ao contrário, deve ser viva e articuladora. O
aluno deve ter acesso a seu acervo e aprender também a ser responsável por ele.
E o professor deve atuar como um multiplicador de salas-de-leitura, estendendo
a biblioteca às salas de aula.
Dizer que a juventude “não gosta de ler” é mentira. Antes, é
preciso que se saiba “do quê” a juventude gosta e, para tanto, é preciso seguir
o conceito de “pedagogo”, que é: conduzir. Outra bela mentira é culpar o
computador pelo desinteresse da leitura: o computador também é um livro, o que
muda é o veículo condutor do texto, como, aliás, vem ocorrendo desde os tijolos
da Mesopotâmia, o papiro, a prensa e hoje a página digital. Além do mais, o
texto, antes de ser escrito, é oral. Neruda já disse que escreve para o povo
ainda que ele não possa entendê-lo com os seus olhos rurais. Cabe a nós,
educadores, fazer com que o povo entenda, porque a Cultura pertence ao Povo e
sonegação cultural é crime.
O nosso Castro Alves já falou que “Bendito é o que semeia
livros à mão cheia e manda o povo pensar” E adianta: ”O livro caindo na alma é
chuva que faz o mar” e é a semente das grandes revoluções. A Biblioteca deve
ser aberta à comunidade, pesquisada, usada, espaço que prática a aferição das
habilidades, inclusa aí a sua midiateca.
No Colégio Estadual Vitória de Santa Maria, sua pequena
biblioteca (ainda) alcança um movimento diário de cento e quarenta e sete obras
consultadas e com filas de espera. Não precisou de altas verbas para ser
iniciada, pois bastou o gesto cidadão de três pessoas para começar o seu
acervo: as doações de D. Eliana Aquino, do Professor Alencar Filho e Dr.
Orlando Rochadel, e raro é o mês que os próprios professores não acrescentam
exemplares, como Maria de Fátima Neves e Ana Cristina Oliveira, cuja doação da
coleção de revistas de geografia mal foi registrada no acervo, multiplicou-se
sala em sala, por exemplo, sem falar do acervo de edições especiais do próprio
MEC.
O Professor Luís Fernando Ribeiro Soutelo é autor de um
projeto que cria a Rede Estadual de Bibliotecas e agora com a Internet, mais do
que nunca deve ser posto em prática para que permita que o aluno lá de Carira
acesse o acervo do Colégio Atheneu, por exemplo.
Iniciada a Estante do Autor Sergipano, a procura,
principalmente por poesia, é outra prova que existe um potencial e promissor
crescimento do seu público leitor, ao tempo em que urgem edições de obras
sergipanas esgotadas, novos títulos, inclusive didáticos, mas aí é assunto para
o próximo domingo.
*Professor.
Texto reproduzido do blog: clodoaldoalencar.blogspot.com.br
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