sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Candido Mendes morre aos 93 anos no Rio de Janeiro

Legenda da Foto: O acadêmico Candido Mendes durante debate na Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro, em foto de março de 2016 — (Crédito da Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil/Arquivo) 


Publicado originariamente no site G1 GLOBO, em 17 de fevereiro de 2022 


Candido Mendes morre aos 93 anos no Rio de Janeiro 


Professor, escritor e integrante da Academia Brasileira de Letras morreu de embolia pulmonar na tarde desta quinta. 


Por g1 Rio 


Morre aos 93 anos o professor e integrante da ABL Candido Mendes 


O integrante da Academia Brasileira de Letras (ABL), professor e escritor Candido Mendes de Almeida morreu na tarde desta quinta-feira (17) no Rio de Janeiro, vítima de embolia pulmonar. 


O corpo será cremado nesta sexta-feira (18). Informações sobre local e horário ainda não foram divulgadas. 


Candido Antonio Mendes de Almeida nasceu no Rio de Janeiro em 3 de junho de 1928. Foi professor, educador, advogado, sociólogo, cientista político e ensaísta brasileiro. 


Deixa viúva, a pneumologista e pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcolmo, além de quatro filhos e cinco netos. 


Foi professor e educador em algumas das mais respeitadas instituições de ensino do país, como a PUC do Rio de Janeiro e a Fundação Getúlio Vargas. Também deu aulas como professor visitante em algumas das principais universidades americanas, como Harvard, Columbia e Stanford. 


Acadêmicos, amigos e personalidades lamentaram a morte de Mendes. O presidente da ABL, Merval Pereira, determinou o cumprimento de luto de três dias e que a bandeira da Academia fosse hasteada a meio mastro. 


"Candido Mendes era um dos maiores intelectuais brasileiros. E era um intelectual de ação. Sua voz potente transmitia suas convicções. Ele foi um dos principais intelectuais brasileiros lutando contra a ditadura militar. Criou um dos principais centros de pesquisas social e política do Brasil, o IUPERJ. E à frente da Academia da Latinidade, que reunia expoentes e intelectuais de vários lugares do mundo, como Alain Touraine, Edgar Morin, Hélio Jaguaribe, Jean Baudrillard e Renato Janine Ribeiro fazia seminários internacionais debatendo as principais questões do mundo. Era sempre um ativista no sentido de ajudar, na medida da sua possibilidades - e eram muitas, porque o Cândido Mendes era múltiplo - a melhorar a situação do país e do mundo", disse Merval. 


Joaquim Falcão, também acadêmico da ABL, disse: 


"Cândido Mendes foi líder da democracia onde atuou". "Líder cristão, além do apenas católico. Tinha a ousadia da coragem do pensar, e do fazer. Era um fazedor de compreensões sobre nós mesmo. Ele nos explicava. Espelho das liberdades necessárias". 


Trajetória 


Bacharel em direito (1950) e filosofia (1951) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e doutor em Direito pela Faculdade Nacional de Direito, na Universidade do Brasil. 


Foi o quinto ocupante da cadeira nº 35 da Academia Brasileira de Letras, eleito em 24 de agosto de 1989, na sucessão de Celso Cunha. 


Entre suas obras publicadas destacam-se: “Nacionalismo e Desenvolvimento” (1963), “O País da Paciência” (2000), “Subcultura e mudança: por que me envergonho do meu país" (2010), “A razão armada” (2012), entre outras. 


Cândido Mendes atuou como professor universitário (assistente, titular, chefe de Departamento) nas universidades: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ); Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV); Faculdade de Direito Candido Mendes; Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas do Rio de Janeiro; Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ). Foi reitor da Universidade Candido Mendes (1997). 


Possuía ainda uma extensa atuação como professor visitante em universidades do exterior, como Brown University, New York University, New Mexico University, University of California (LA), Stanford, Columbia e Harvard, entre outras. 


O professor também foi membro do Conselho de Cooperação Educacional com a América Latina, do Education and World Affairs (1968), membro do Conselho Diretor do International Institute for Educational Planning (IIEP) – 1976-85 e Presidente do Comitê de Programas do International Social Science Council (ISSC), 1974 – órgão representativo das organizações não-governamentais de Ciências Sociais reconhecidas pela UNESCO e Presidente do Instituto do Pluralismo Cultural, entre outros. 


Texto e imagem reproduzidos do site: g1.globo.com 

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